quinta-feira, 24 de julho de 2008

Começo a conhecer-me

Um dos mais bonitos poemas de Álvaro de Campos. Ou, pelo menos, um dos que mais significado tem para mim pelos já longos anos que leva a meu lado, sempre relido em surdina.

"Começo a conhecer-me. Não existo.

Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato."
Álvaro de Campos

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