quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Ode ao sentimento e à ausência de sentir

Gostaria de sentir o que sinto.
Mas se o sinto, porque não sinto?
Se o sentimento é sentido, o que faltará para sentir o que sinto?
Poderei sentir-me desprovido de sentimentos?

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito pessoano, mas o último verso estraga (um bocadinho só um bocadinho) o resto...
Não é de admirar como admirador que és do notável Fernando Pessoa. É impressionante como não só a escrita dele é notável e nos enrola no desenrolar da lógica dos pensamentos e sentimentos, como muitas vezes achamos perceber em nós o que ele dizia pensar e sentir. Às vezes é reconfortante outras chega a ser assustador como alguém que viveu e já morreu, pensou e sentiu como nós e é capaz de o transmitir de forma tão clara embora literariamente falando por vezes complicada (a precisar de desenrolar o novelo para o aol nascer suavemente na nossa alma, na nossa razão).

Anónimo disse...

"poderei sentir-me desprovido de sentimentos?"
A minha resposta é uma adaptação de uma famosa frase: Sinto logo existo, existo logo sinto. O quê e como, é que pode ser mais difícil de explicar.

joão farela neves disse...

Estranho sentimento este de não saber se é estranho não saber o que se sente...

Anónimo disse...

Apesar de soar pessoano, assim fica perfeito, redondo dentro dele próprio, mas conclusivo.